Prepare seu condomínio para o período de chuvas

Saiba como se precaver e evite danos ao seu condomínio

O período de fortes chuvas é ideal para conferir se a infraestrutura vai sobreviver aos temporais que vêm por aí. As chuvas de verão são um período esperado e temido, ao mesmo tempo.

Todo ano, muitas cidades brasileiras padecem com problemas de enchentes, desabamentos, queda de árvores e raios que comprometem a rede de energia elétrica e internet. Sem falar nos acidentes com vítimas. Infelizmente, são questões ainda não resolvidas. 

Nos condomínios, a situação não é tão diferente. Muitos deles, por falta de cuidado e manutenção, enfrentam problemas nesses dias. Como você vai entender ao longo dessa matéria, praticamente todos esses problemas podem ser evitados, desde que haja cuidado e prevenção. 

O período entre dezembro e meados de abril é conhecido como o mais chuvoso do ano. 

“Alguns municípios definem este período como Operação Guarda Chuva. Nesse sentido, todo síndico deve estabelecer ações preventivas para eliminar ou minimizar os riscos causados pelas chuvas nessa época”, afirma João Carlos Tobias, especialista em Segurança do Trabalho.

Confira o checklist de itens que precisam ser checados para o período de chuva

  • Limpar todos os ralos, grelhas, calhas nos subsolos, térreo e barrilete (topo do prédio).
  • Verificar todos os toldos, coberturas, telhados, luz piloto, (no topo do prédio), antenas. 
  • Verificar a saúde das árvores, arbustos e solicitar na prefeitura as devidas podas. (Se suspeitar de risco de queda, acionar a prefeitura).
  • Verificar se nas áreas comuns está afixado a placa de alerta conforme a NBR 5419/2015: “Não circular pelas áreas externas do edifício em caso de tempestade”. 
  • Fazer a revisão geral do gerador com troca de óleo, filtros e limpeza do tanque de combustível, após abastecer. 
  • Testar e verificar todo o sistema de iluminação de emergência, com revisão de lâmpadas e, em caso de baterias, se estas estão com vida útil adequada, caso contrário providenciar a troca.
  • Revisar todos os quadros de elétrica. 
  • Conferir as bombas que fazem a retirada de água do prédio, as bombas de poços. 
  • Fazer a limpeza do poço do elevador, revisando se não há infiltração ou água empossada (ideal que tenham backup para emergência).
  • Verificar se todo o encanamento está identificado para ação rápida, em caso de necessidade de fechamento imediato.
  • Revisar o sistema de segurança abastecido pelo gerador, em caso de falta de energia.
  • Revisar os portões, verificar se o sistema elétrico/eletrônico está protegido das chuvas e aterrado, além de estar sendo alimentado pelo gerador em caso de falta de energia.
  • Limpar a tubulação de água de chuva e esgoto, caixas de esgoto no térreo e drenos nos jardins, fazendo com que fiquem livres e evitando problemas nos apartamentos mais baixos ou na área comum do prédio.
  • Verificar o topo do prédio, garagens e térreo evitando que tenhamos vazamentos ou infiltrações.
  • No caso de portaria virtual/remota, o síndico deve fazer uma reunião com a empresa para criar o procedimento de emergência para possíveis problemas de comunicação, como duplicar a forma de comunicar acesso em caso de falta de energia.

As instalações elétricas exigem cautela

O Brasil é o país que mais sofre com a incidência de raios no mundo. Caem cerca de 70 milhões por ano, chegando a atingir 300 pessoas — sendo que cerca de 100 vítimas são fatais. 

O Sindico tem autonomia para investir neste tipo de manutenção, sem que seja aprovado em assembleia. Ele deve sempre exigir das empresas de manutenção, laudo e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Ponto de atenção

Nos quadros de energia elétrica, é importante verificar a correta de instalação de terra e neutro. “É desejável que nos quadros tenham os dispositivos protetores de surto (DPS) para protegerem os equipamentos em caso de raios”, recomenda Savieto.

Os para-raios precisam estar em perfeita ordem. O engenheiro Zeferino Velloso orienta a verificação por meio da medição ôhmica para garantir o funcionamento das descidas (que devem ser conforme quantidade prevista em projeto). 

 “Verifique se as antenas estão conectadas — assim como quaisquer elementos metálicos na cobertura — ao sistema de aterramento do edifício”, reforça o engenheiro Velloso.

Ao executarem as instalações, as operadoras de TV a cabo devem fazer o aterramento de todo sistema e conectar ao sistema de para-raios. “As antenas coletivas não podem ser mais altas que os para-raios”, acrescenta Tobias.